As Sociedades de Garantia Mútua (SGM) assumem um papel único no sistema financeiro nacional. Diferenciam-se pelo seu modelo acionista, maioritariamente mutualista, onde clientes e acionistas são uma e a mesma coisa pelo que, de forma única, criar valor para os acionistas significa, em simultâneo, criar valor para os clientes. Esta singularidade reforça a necessidade de uma gestão sólida, ética e transparente, capaz de assegurar a sustentabilidade das Sociedades e a confiança das empresas que delas dependem para aceder a financiamento.
No início de 2025, as SGM aprovaram o Plano Estratégico 2025-2027, com a ambição de se afirmarem como parceiro de referência das empresas, reconhecidas pela proximidade, confiança e eficácia. O plano estrutura-se em quatro vetores e desdobra-se em 12 iniciativas estratégicas, que incluem a revisão do modelo de governo e operacional, a transformação digital, a implementação do processo de fusão, a dinamização de protocolos e o reforço das práticas de gestão de riscos e de controlo interno.
Os resultados já são visíveis: até agosto de 2025, foram emitidas 2.851 milhões de euros em garantias, dos quais cerca de 1.900 milhões associados à linha INVEST EU e 600 milhões à linha INVEST EXPORT. Este volume de atividade só foi superado nos anos de crise financeira (2008-2009) e no contexto da pandemia (2020), refletindo a relevância da revisão dos protocolos e a introdução do modelo de Garantias Pré-Aprovadas, em vigor desde março.

Gerir este ciclo de transformação e crescimento requer um governo interno robusto e articulado, onde o foco no cliente/acionista anda de mãos dadas com o rigor no cumprimento da regulamentação. Neste contexto, as áreas de Controlo Interno – Direção de Conformidade, Direção de Gestão de Riscos e Direção de Auditoria Interna – assumem um papel determinante. A Direção de Conformidade assegura que protocolos e procedimentos estão alinhados com a lei e com as orientações do regulador, incluindo a prevenção do branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo. Já a Direção de Gestão de Riscos monitoriza a declaração de apetite ao risco e acompanha riscos críticos como o crédito, a solvabilidade e a imparidade, garantindo a adequação dos modelos de avaliação. Por sua vez, a Direção de Auditoria Interna avalia periodicamente os mecanismos de controlo, produzindo recomendações que fortalecem a gestão prudente das Sociedades.
Os pareceres, alertas e relatórios destas áreas são instrumentos de gestão essenciais. Permitem antecipar riscos, otimizar processos e reforçar a confiança no sistema de controlo interno, contribuindo para a solidez e sustentabilidade das SGM. Num contexto de crescimento e transformação, as funções de controlo interno devem ser ainda mais vigilantes e assertivas, combinando rigor regulatório com eficiência operacional. Só assim será possível assegurar que as Sociedades de Garantia Mútua continuam a cumprir a sua missão: apoiar as empresas, criando valor para acionistas e clientes, com proximidade, confiança e eficácia.