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PIB pode valer mais 2% em 2026 só com as subvenções do PRR

2021-04-12

Os 13,9 mil milhões de euros que Portugal receberá em apoios a fundo perdido nos seis anos de vigência do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) terão um impacto positivo na economia nacional, que no final de 2026 deverá estar a crescer 2% só por efeito dessa componente da chamada "bazuca”.

Esta projeção consta do "Boletim Económico” de março do Banco de Portugal (BdP), divulgado no passado dia 26, a pouco mais de um mês de expirar o prazo que o Governo tem para entregar à Comissão Europeia a versão final do PRR.

No documento, os responsáveis do banco central mantêm a previsão de crescimento do PIB de 3,9% para o ano em curso, mas reveem em alta o cenário de retoma que em dezembro tinham avançado para 2022, com a riqueza nacional a avançar 0,7%, passando de 4,5% para 5,2%. Para 2023, a economia portuguesa deverá expandir-se 2,4%, permanecendo válida a projeção formulada no final do ano passado.

Com o gradual desconfinamento, é expectável que as exportações e o consumo privado sejam os aceleradores da retoma económica nacional, segundo o boletim do BdP, que realça também a melhoria do investimento, em cerca de 5%, em média, nos próximos anos. Para isso, o país terá de capitalizar a entrada de fundos europeus, em particular o novo Next Generation EU.

Fonte: Banco de Portugal

A recuperação do nível das vendas portuguesas para o estrangeiro "reflete a dinâmica favorável da procura externa de bens e da recuperação mais gradual do turismo e dos serviços relacionados”. Em consequência, a exportações de bens e serviços deverão progredir 13,7% neste ano, 11,5% em 2022 e 5,3% no ano seguinte.

Importante para a retoma económica será também o aproveitamento que Portugal fizer das subvenções a receber ao abrigo do PRR, antecipam os especialistas do banco central. Os 13,9 mil milhões de euros previstos, equivalentes a 6,5% da riqueza gerada pelo país em 2019, farão com que "o nível do PIB em 2026 seja entre 1,1% e 2,0% superior ao que ocorreria na ausência do PRR”. Já o impacto no emprego andará entre os 0,2% e os 1,4%, com a taxa de desemprego a recuar só a partir do próximo ano.

O consumo privado deverá subir 2,0% neste ano, 4,8% em 2021 e 2,3% em 2022, sendo a recuperação mais lenta nos serviços que exigem interação social. A dinamização do consumo será tanto mais consistente quanto se confirmar a tendência descendente da taxa de poupança, que em 2020 atingiu os 12,8%.

"Se essa redução da taxa de poupança for mais moderada, teremos uma recuperação [da economia] mais lenta”, referiu o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, durante a apresentação do "Boletim Económico” de março da instituição.

Na ocasião, o responsável pelo banco central referiu que o nível de depósitos dos particulares atingiu em fevereiro passado o valor mais elevado de sempre: 163,8 mil milhões de euros.

No segmento empresarial, entre fevereiro de 2020 e o mesmo mês deste ano, os depósitos aumentaram em 9.166 milhões de euros.

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